Tuesday, May 22, 2007

O Campeonato mais difícil da minha vida...

Este 22º título, foi dos que acompanhei, o mais desgastante de todos. Por várias razões... Posso garantir que os últimos 13 títulos foram seguidos por este Dragão com toda a dedicação e fervor clubístico, dos outros 9, em 4 deles era ainda uma criança e nos primeiros 5 ainda não tinha nascido...Por isso esta é a voz de um Dragão já com alguma experiência...

(Lucho e Lisandro, dois dos principais obreiros deste bicampeonato)


  1. Em 1º lugar pela própria inconstância nas exibições do FCPorto de Jesualdo Ferreira que nunca repetiu um onze... E ele próprio não convencia...

  2. Em 2º lugar pelas lesões em jogadores chave ao longo de toda a época, Anderson, P.Emanuel, Pepe, Assunção...

  3. Em 3º lugar a campanha da Imprensa Sulista em todo este Campeonato. Simplesmente deplorável este jornalismo que se faz em Portugal...Era ver as primeiras páginas dos jornais falando dos caracois no cabelo do Nuno Gomes e escondendo as vitórias do FCP... Era assistir aos programas de Desporto na tvi e ouvir todo aquele ódio de estimação ao FCP pela voz dos Manhosos que lá comentam...

  4. Em 4º lugar o apito dourado. Quando apareceu em cena Maria José Morgado a Imprensa rejubilou, o Vieira não mais se calou e o futebol Português começou a assistir a arbitragens a recordarem os tempos antes dos 25 de Abril, os tempos dos Calabotes. O FCP foi prejudicado em vários jogos mas destaco aqui o de Leiria em que Elmano Santos foi simplesmente a figura desse jogo que acabamos por perder, um roubo de igreja, diria Pedroto... Outros jogos houve em que também fomos prejudicados, na Luz por Proença, no Dragão com o Estrela por Jorge Sousa e estou só a falar nos que perdemos pontos...

  5. Por último... O Silêncio de Jorge Nuno, forçado ou não, a verdade é que os adeptos ficaram abandonados ao seu destino, era ouvir as maiores injustiças na comunicação social e ninguém do nosso clube reagir, era sofrer em silêncio e isso a mim doeu, desgastou, este foi o campeonato mais difícil da minha vida... Deu mais gozo, também por isso. Fiquei rouco, mas valeu a pena, Porto, se valeu!

10 comments:

Anonymous said...

Caro Lucho,
Como Portista há quase 50 anos e sócio do Clube há mais de 20, tenho que te dar os parabéns pela forma apaixonada e correcta como defendes o nosso Clube. Continua, precisamos de gente como tu. Os desafios vão ser cada vez maiores porque os nossos adversários estão no desespero a fazer promessas para sossegar os seus apaniguados
que, coitados, lá vão embarcando na nau catrineta . . . que tem muito que contar !!!

Anonymous said...

MIGUEL SOUSA TAVARES: PARABÉNS A TODOS!!

O FC Porto foi campeão — à tangente, sofridamente, com o credo na boca e o coração nas mãos, mas foi. Comandou da primeira à última jornada e teve um momento decisivo, pela positiva: quando foi à Luz, já com a morte encomendada, e mostrou a fibra de que se fazem os campeões. Era o grande favorito à partida e o que maiores obrigações tinha, porque dispunha do maior orçamento e da melhor equipa. Mas perdeu Anderson durante meio campeonato, Quaresma em quatro jogos e Pepe noutros quatro. Até Fevereiro, acumulou o campeonato com uma boa prestação na Liga dos Campeões e, não fossem as fatídicas férias de Natal, o fatídico jogo de Leiria, com a expulsão de Quaresma e duas derrotas consecutivas, a incapacidade demonstrada na recuperação fisica dos jogadores e uma inesperada instabilidade psicológica no final do campeonato, e poderia ter terminado tranquilamente o passeio que fez na 1.ª volta. Porque, se as últimas imagens são as que mais perduram, é bom que as pessoas não se esqueçem que um campeonato são 30 jogos e não apenas os dez últimos. Por outro lado, e de uma forma que foi flagrante para qualquer observador atento e de boa-fé, o FC Porto teve contra si o factor Carolina Salgado/Apito Dourado, que se traduziu num campeonato inteiro em que, tendo sido vítima de vários erros de arbitragem, não teve a seu favor, e correspondentemente, uma única decisão favorável em jogadas controversas: nem um golo mal validado, um penalty mal assinalado, uma expulsão forçada de um adversário. Da 1.ª à 30.ª jornada, na dúvida, na mais pequena dúvida, todos os árbitros, sem excepção, decidiram sempre contra o FC Porto — mesmo na última jornada, no Dragão, onde o golo do Desportivo das Aves, que podia ter valido um campeonato, foi obtido em offside. Quinze dias antes, no mesmo palco e contra o Nacional da Madeira, o que teria sido o primeiro golo do FC Porto foi invalidado por offside inexistente…

Campeão pela primeira vez, campeão merecidamente, com uma equipa que não fez e uma pré-época que não foi sua, Jesualdo Ferreira confirmou a regra de que no FC Porto qualquer um se arrisca a ser campeão. Há quinze dias, nesta crónica, defendi a sua continuação, qualquer que fosse o desfecho do campeonato. Agora, continuo a defendê-la, obviamente, mas estou mais à vontade para dizer que Jesualdo — ultrapassado esse Rubicão e as razões de um nervoso, às vezes quase paralisante, que se transmitia à equipa — tem agora muito que meditar. Tem de deixar de ser tão conservador e previsível — por exemplo na aposta em jogadores a quem dá o estatuto de inquestionáveis, mesmo quando eles não estão em forma, como Lucho ou Helton— e tem de saber jogar a época com um plantel de 18/20 jogadores e não de 13/15. Tem de dar sinais claros de que sabe ler o jogo em andamento, não substituindo apenas por substituir, mas para influir no jogo, tem de esclarecer de uma vez por todas o que é e para que serve o meio-campo, para não ter de voltar a viver pesadelos como os do jogo com o Sporting, no Dragão, onde o meio-campo do FC Porto foi quase enxovalhado pelo do Sporting. Resta saber, é claro, quantos do seu trio genial— Pepe, Quaresma, Anderson— é que a nova/velha Direcção do clube vai vender este Verão…

Paulo Bento
foi o treinador do ano. Inquestionavelmente. Partiu com o mais baixo orçamento dos três grandes, uma equipa de miúdos, que levou meio campeonato a afinar e a ensinar o que era jogar para a vitória. Por pouco, por muito pouco, tinha conseguido um triunfo que teria sido deveras impressionante e pedagógico. Ao intervalo do FC Porto-Desportivo das Aves, sabendo que o Sporting já vencia o Belenenses por 2-0 e observando mais uma melancólica exibição do FC Porto, eu já estava a mentalizar-me para aceitar que o Sporting seria um justo campeão. Porque a sua recuperação, o seu campeonato sem nenhuma derrota fora, a sua atitude de conquista, a sua crença, a sua capacidade de pôr pressão sobre o Porto e a sacudir de si próprio, o justificavam. Mas (felizmente!) o FC Porto entrou para a segunda parte do seu jogo de cara lavada e vontade de ser campeão. Isso não impede que se reconheça o grande campeonato feito pelo Sporting e a grande condução levada a cabo por Paulo Bento.

Mas há um reverso da medalha. Eu sei que, durante anos, os sportinguistas vão dizer que não ganharam o campeonato porque, no Sporting-Paços de Ferreira, da 2.ª jornada, o Paços ganhou com um golo marcado com a mão. E são esses detalhes, essa imagem de marca dos sportinguistas, que irritam os outros: o Sporting vive a queixar-se, a reclamar, a lamuriar-se, a encontrar sempre uma culpa alheia para os desaires próprios. É verdade que o Paços ganhou em Alvalade com um golo marcado com mão. Se isso não tem acontecido, o Sporting tinha empatado: perdeu aí um ponto. Mas, logo na jornada anterior, a 1.ª, venceu no Funchal o Nacional com um golo precedido de falta: se tem sido anulado, como deveria, teria empatado e não vencido: ganhou aí dois pontos. No Dragão, no jogo que relançou o campeonato, marcou o único golo na cobrança de uma falta que não existiu e, no último segundo, Pedro Hdenriques não teve coragem de assinalar penalty flagrante de Polga sobre Pepe. O mesmo Pedro Henriques, no jogo da Luz, perdoou duas vezes a expulsão a Caneira, e Lucílio Baptista, o árbitro preferido em Alvalade, perdoou penalty claro a Liedson, na penúltima jornada em Coimbra, quando havia 0-1. Mas já todos sabemos que memórias destas não constam do arquivo sportinguista. Felizmente, abortou a tentativa de conseguir ganhar o campeonato na secretaria, graças à repetição do jogo de Leiria — fundada em razões e expedientes jurídicos tão rebuscados e descarados que nada abonam à suposta atitude de cavalheiros que os sportinguistas acham que os caracteriza. Mas a mensagem foi clara: cavalheiros sim, mas para ganhar vale tudo, mesmo aquilo a que em direito se chama «litigância de má-fé». E foi pena, porque, como o disse, acho que, por aquilo que se viu em campo, o campeonato também não teria ficado mal entregue ao Sporting. Mas em campo, não na secretaria.

Os benfiquistas vão cair em cima de Fernando Santos, que é o elo mais fraco e mais fácil de atacar. Em minha opinião, muito injustamente. É certo que não foram campeões e que nem ao segundo lugar chegaram. Mas ficaram a um ponto do segundo e a dois do primeiro — o que é notável para a equipa que Fernando Santos teve ao seu dispor. Durante a primeira volta, e várias vezes vi o Benfica jogar um grande futebol, só que — como aconteceu também com o FC Porto e não aconteceu com o Sporting — o Benfica teve azar com as lesões e defendeu durante muito tempo uma campanha europeia de sucesso. O que sucede no Benfica é que há um desfasamento claro entre a arrogância do discurso constante do presidente e os meios que ele faculta aos seus para darem corpo à sua ambição. Fernando Santos não foi campeão no futebol — e o vólei, o basquete, o hóquei, o andebol? Em que é que o Benfica é campeão, para além do futebol de salão?

bLuE bOy said...

BiCampeões e mai nada!
Ser do FC Porto é uma honra...
só está ao alcance dos que a têm!

aKeLe aBrAçO para todos os visitantes deste maginifico blog e em especial para o «Lucho»,

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Anonymous said...

Muito bom post do Lucho, este para mim desde há muitos anos, foi o mais sofrido campeonato, grande tirada do MST sempre muito acertivo nas suas análises.
E pairou sempre no meu espírito um campeonato que perdemos para os lagartos quando o primeiro Tri esteve eli à mão de semear mas um empate na Póvoa deitou tudo a perder.
De qualquer modo ganhamos, embora não pareça consultando as páginas dos jornais desportivos de hoje com os pasquins de lisboa a só falarem dos lampiões.
Haja vergonha.

Anonymous said...

baaaaaaaaahhhhhhh

Zé Luís said...

Lucho, já estou vacinado. Para mim é o 48º título que vejo o FC Porto vencer em 30 anos, desde 1977!

RCBC said...

Sim, foi, de facto, dos campeonatos mais difíceis que o FC Porto conquistou ao longo destes anos...
Sim, é verdade também que o FCPorto (até os adeptos sérios e com um bocadinho de massa cinzenta dos outros clubes o admitem!)foi o clube mais prejudicado pelas arbitragens...Na dúvida, o FCPorto era sempre prejudicado...
E também acho que tem de se realçar que parte da dificuldade em vencer este campeonato teve na boa réplica dada pelo Sporting, uma equipa jovem e com qualidade...

Anonymous said...

Para o ano há mais ... e este foi por pouco.

O vosso treinadorcomo a equipa neste momento são bestiais e por pouco eram bestas

http://www.maistopas.blogspot.com

Paulo Pereira said...

Não me vou alongar em comentários. Já focaste os pontos principais. Foi claramente um campeonato sofrido, emotivo, k custou a vencer...mas k deu um grande gozo. Por tudo! Contra tudos e contra todos. Contra os mesquinhos do costume, contra os invejosos da praxe, contra os ódios de estimação. Somos campeões, a caminho do tri. Eles k se abasteçam de Kompensans...

Anonymous said...

Estive 17 anos sem festejar nada, mas comemoro todos os titulos como comemorei o primeiro. O sentimento é o mesmo. Alguns dos companheiros é que já desapareceram, mas nasceram outros que amam de igual forma o Nosso FCP e já cumprem o mesmo ritual. É esta paixão, como a do meu irmão que em fase terminal e das últimas palavras que conseguiu dirigir-me foi: Como ficou o Porto na Naval?, que me fazem sentir o quanto é enorme a nossa paixão.
Um abraço a todos os verdadeiros Portistas.

PS - Sou critico do Zirtaev e do Rui Moreira, sempre, mas o que o Menphis escreveu arrepiou-me. Parabéns Menphis.